quarta-feira, 24 de setembro de 2014

M7 BOC


Após a aprovação do fuzil M-16 pelos militares dos EUA (1963-1964), a baioneta M6 ganhou placas de punho finamente desenhadas em xadrez plástico e fixadas sobre a espiga por dois parafusos, olhal do cano mais largo e nova trava de fixação. A guarda foi feita um pouco mais larga para receber o carimbo do fabricante e o pomo recebeu o acabamento martelado da espiga. Surge, dessas mudanças, a baioneta M7.


Pelo menos cinco fábricas se encarregaram de produzir as US M7 no início da Era Vietnã, como a Columbus, a Imperial, a Milpar e a Colt, que atingiram a marca de 3 milhões de baionetas. A Bauer Ordnance Company (BOC) produziu e entregou aproximadamente 1,8 milhão de unidades durante a guerra.
A lâmina de aço-carbono é de 6 ¾ polegadas de comprimento, com um comprimento total de 11,9 polegadas. Uma borda é afiada em toda a sua extensão, enquanto o lado oposto da lâmina é afiado em, aproximadamente, 3 polegadas. Iniciais do fabricante aparecem na guarda junto com o "US M7".


Para ela foi usada a bainha USM8A1 padrão, com a denominação de seu fabricante TWB. Pouco se sabe a respeito da TWB, mas pesquisas conduzem para a The Working Blind, transformação da antiga PWH (Pennsylvania Working Home for Blind Men). Quando a denominação não estiver gravada, provavelmente se trate de uma USM8A1 IMPERIAL.
A M7 foi parcialmente substituída pela baioneta M9 no serviço do Exército, e o Corpo de Fuzileiros Navais optou pela baioneta OKC-3S.



Esta unidade foi adquirida na Federal Army & Navy Surplus (www.gr8gear.com), durante uma visita de interação doutrinária ao Fort Lewis, em Seattle, WA, EUA, em maio de 2014.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

FN FAL Tipo C


Fusil Automatique Léger, ou FAL, é um rifle produzido pela indústria belga Fabrique Nationale (FN) de Herstal e, durante a Guerra Fria, foi adotado por muitos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), sendo apelidado de "o braço direito do mundo livre". Um dos fuzis mais utilizados na história, empregado por mais de 90 países.
Com a padronização das granadas de bocal em 22mm pela OTAN, a FN desenvolveu um novo modelo de quebra-chamas para o FAL, para uso com das granadas STANAG. Como consequência, também houve necessidade da criação de um novo tipo de baioneta, surgindo então a baioneta Tipo C.


Muito mais leve que a baioneta Tipo A, a lâmina de cerca de 170 mm de comprimento, com um perfil semicircular, sendo a parte superior plana e a inferior arredondada, está muito longe de ser elegante, mas é eficaz e muito fácil de ser fabricada. O retém da baioneta, em seu modelo 1963, tem a presilha serrilhada. Já o modelo 1965 possui pequenas aletas nas extremidades das presilhas. A maioria delas é desprovida de marcações e o acabamento mais comum é a tinta preta, porém pode ser encontrada fosfatizada ou, ainda, com tinta sobre a fosfatização. Existem muitas variações de bainha, com o corpo de aço ou de plástico, com o frog em nylon ou lona, ou sem frog, com o gancho de fixação ao cinto preso diretamente na bainha.


A Tipo C apresenta um enigma. Foi a baioneta mais popular do FAL, empregada em dezenas de países e com muitas variações, no entanto, relativamente pouco se sabe sobre qual a quantidade fabricada, quais os países a usaram e com quais variantes, justamente pela falta das marcas de fabricante.


Este modelo, adquirido através do MercadoLivre.com, tem a presilha do retém serrilhada, reportando ao modelo 1963, apresenta um desgaste considerável na ponta e marcas de martelamento ao longo do punho e, por estas marcas, é de se deduzir que a bainha não seja original, com seu frog de nylon em bom estado.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Baioneta M968 - “Mosquefal”


Com a chegada do FN FAL M964 calibre 7,62mm ao Brasil, o Mosquetão .30 M949, em uso, vai sendo paulatinamente substituído. Em 1967, com a finalidade de padronizar o calibre utilizado no Exército Brasileiro e reduzir custos, a Indústria de Material Bélico (IMBel) Fábrica de Itajubá, Minas Gerais, começa a modificação de 10.000 rifles, adequando as armas ao novo calibre, reduzindo seu peso e o comprimento do cano. O rifle recebe a denominação de Mosquetão 7,62 M968, utilizando agora o cartucho NATO 7,62 x 51mm, e passa a ser conhecido pelas tropas como “MOSQUEFAL” - junção de mosquetão e FAL, congregando assim o sistema de carregamento bolt-action do rifle e os acessórios do fuzil de assalto.


A baioneta, entre as mais curtas do mundo, tem uma lâmina de 6 ½ polegadas e o comprimento total de 11 ¾ polegadas, e a mosca, ou vazado, acompanhando todo o desbaste (da ponta ao ricasso). A crença popular diz que a finalidade da mosca é provocar hemorragia interna mas, neste caso, serve para diminuir o peso da baioneta.


O punho composto de duas talas em madeira de lei, fixadas com parafusos e contra-porcas embutidos. O guarda-mão apresenta a marcação da numeração da arma e o encaixe para o cano. A bainha original, com o protetor da lâmina em fibra e o suporte em lona, foi sendo substituído nas unidades do exército pela versão mais curta, com o grampo de fixação no cinto preso diretamente na bainha protetora da lâmina.


Essas duas preciosidades estão muito bem conservadas e o desgaste pelo manuseio é muito pequeno.

domingo, 8 de junho de 2014

Faca IA2 IMBel


A Faca de Campanha IA2 tem origem na faca-baioneta que foi desenvolvida pela Indústria de Material Bélico (IMBel) para o fuzil brasileiro IA2 e projetada para atender às severas condições do uso militar. Os requisitos operacionais foram obtidos nas pesquisas feitas junto aos usuários finais das unidades de operações especiais, da para-quedistas e de infantaria de selva. O design obedeceu as linhas dos fuzis IA2, com traços mais retos, com as mesmas cores das novas armas e com cuidadosa ergonomia.


A lâmina construída em aço carbono AISI 1070 laminado, que conjuga resistência a flexão/torção e facilidade de recuperação do corte, tem 178mm de comprimento e o comprimento total da faca é de 296mm. O pomo do punho, em formato de bico de águia, além de ajudar a reter a faca na mão do soldado, permite o uso para martelagem. O punho, fabricado em poliamida, foi projetado para resistir ao ressecamento e tem alta resistência a impactos ou abrasão.


A bainha caracteriza a faca IA2 como instrumento de trabalho em campanha. É resistente à umidade, robusta, leve e possui características fundamentais para conservar a faca de campanha: uma forte mola interna reduz os ruídos nos deslocamento e sua estrutura permite que a água escorra pelo orifício do cadarço. Os cadarços são os mesmos usados em pára-quedas.


Esta faca-baioneta foi adquirida em 2011 diretamente da IMBel (www.imbel.gov.br), através do seu endereço eletrônico e vem me acompanhando nas formaturas e solenidades do 33º Batalhão de Infantaria Mecanizado.

quarta-feira, 19 de março de 2014

Spike nº4 MkII


Aprovada em novembro de 1939, junto com o rifle Lee-Enfield Nº 4 Mk I, a baioneta Spike Nº 4 Mk I era curta, leve, resistente e desajeitada. Com as fábricas bélicas britânicas produzindo armas em máxima capacidade, contratos privados foram fixados para a produção de baionetas, atingindo a marca de 5 milhões de baionetas Spike produzidas.


Códigos de dispersão foram atribuídos para indicar a localização geral das fábricas (N=norte, M=meio e S=sul), seguidos por até três dígitos, com a finalidade de dificultar a sua localização e destruição por parte dos alemães, durante a II Guerra Mundial.
A Prince-Smith & Stells, localizada em Keighly, Yorkshire, que antes da guerra era fabricante de máquinas para tecelagem de lã, produziu 1.057.515 baionetas Spike Nº 4 Mk II, entre 1942 e 1945. Suas peças apresentavam gravadas no soquete N56, PS & S. Ltd, PSK ou ainda um círculo com a inscrição PSK, muito rara.


Com lâmina de 8” de comprimento e 10” no total, esta PSK forma conjunto com a bainha Mk I, com a marcação S.286, que significa que foi fabricada em liga de zinco (Mazak), pela Vanden Plas (England) 1923 Ltd., em Kingsbury Rd. Londres.


Adquirida dos companheiros JC Neto e Isa (isatugamilitaria@hotmail.com), que possuem um leque de oportunidades nesta área, essa Spike está perfeita. Com a marcação PSK no soquete e o S.286 no bocal de Mazak, dispensa qualquer outra citação.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Mk2 IMBel


A indústria bélica brasileira teve seu início no Rio de Janeiro, com a criação da Casa do Trem, em 1762, para conservação e pequenos reparos no armamento das tropas do Vice-Reinado. Em 1808, foi fundada a Fábrica de Pólvora da Lagoa Rodrigo de Freitas, sendo transferida para Magé em 1826, com a denominação de Real Fábrica de Pólvora da Estrela. A partir de 1939 passa a ter a denominação de Fábrica da Estrela, até a criação da Indústria de Material Bélico (IMBel) em 1975. Sua principal unidade de produção de cutelaria é a Fábrica de Itajubá (FI), em Minas Gerais.


Nos anos 80, a faca de trincheira Mk2 IMBel, foi desenvolvida para atender ao Exército Brasileiro, a partir da faca MK2 norte-americana.


Com uma lâmina em aço de 185mm, forjada e tratada termicamente, apresenta a logomarca da fábrica no ricasso e tem o cabo moldado em couro prensado. O comprimento total da faca Mk2 é de 320mm e com a bainha de fibra ganha 10mm no comprimento do conjunto.


Em uso atualmente em algumas Unidades do Exército Brasileiro, ao lado da faca de trincheira M3, esta peça foi adquirida diretamente da IMBel, em uma compra coletiva em 2007, e eu a utilizava nos meus serviços de escala e formaturas no 33º Batalhão de Infantaria Motorizado.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Baioneta AKM Tipo I


O AK-47 é um fuzil de assalto, criado em 1947 por Mikhail Kalashnikov e produzido na indústria estatal russa IZH. Surgiu após o fim da Segunda Guerra Mundial, inspirado no fuzil alemão Sturmgewehr 44. Estima-se que o número de armas produzidas, sob a licença da Rússia, ultrapasse 90 milhões de unidades, tornando-se o fuzil mais fabricado de todos os tempos. Basearam-se no seu projeto rústico, simples e de fácil produção, os fuzis M62 finlandês e o Galil israelense e, após sua modernização, em 1959, recebeu a denominação de AKM - Avtomat Kalashnikova Modernizirovannyj (Kalashnikov automático modernizado).


A partir dessa modernização, a baioneta passou a ser conhecida como M1959 ou Tipo I e encaixa-se em qualquer modelo de AK-47 padrão, sendo dotada do dispositivo 6H3 (posteriormente o 6H4) que, quando acoplada à bainha, transforma-se em uma tesoura para cortar arames.


O modelo adotado e fabricado na Romênia tem comprimento total de 10 ¾”, sendo 5 ¾” de lâmina, tipo Bowie, em aço carbono, afiada apenas no desbaste e com a espinha serrilhada. O punho bulboso em polímero e a proteção de borracha na parte superior da bainha proporcionam isolamento da lâmina e da bainha, podendo ser utilizada para cortar arame eletrificado com segurança. O frog da bainha e a correia para punho são feitos em couro natural.



Esse modelo, adquirido do companheiro Carlos (crico331@bol.com.br), é um achado: faca e bainha com a mesma numeração, isolante de borracha da bainha perfeito e frog impecável. O Carlos sempre tem verdadeiras relíquias para negociar. Como está sem a correia do punho, tão logo eu consiga as fivelas, o amigo 'Zeca' Barbosa terá mais um desafio nas mãos.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Baioneta U.S.M4 Utica


A carabina norte-americana M1, calibre .30, utilizada pelo pessoal de apoio ao combate na 2ª Grande Guerra Mundial não era, inicialmente, dotada de baioneta. Foi então desenvolvido em 1944, a partir da baioneta M3, o modelo M4, recebendo a carabina uma chapa metálica sob o cano para encaixe e travamento.


Este projeto tornou-se a base para as posteriores M5, M5A1, M6 e M7, até ser superada pela M9 em 1986, sendo produzidas variantes da série M4 em diversos países. A grande necessidade de se disponibilizar à tropa o novo equipamento fez com que várias fábricas a produzissem, como a Utica Cutlery Co., a Camillus Cutlery Co. e a Imperial Knife Co.


O punho em couro denota a primeira produção, entre 1944 e 1945, e a guarda apresenta a gravura da bomba flamejante com a indicação U.S.M4 e a fábrica UTICA. A bainha não possui a característica ponteira metálica da série M8 é, portanto, anterior a esta, e foi fabricada pela Beckwith Manufacturing Co. em Dover (New Hampshire), Estados Unidos da América.


Com 11,625 polegadas de comprimento, sendo 6¾" de lâmina, esta baioneta, presente do amigo José Augusto, estava sem o punho de couro e a parte de lona da bainha. Em um trabalho minucioso de outro amigo, o 'Zeca' Barbosa - exímio correeiro - estas peças foram reconstruídas à imagem das originais e afirmo que ficaram perfeitas.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Baioneta Mauser M908



Em 1908, o Exército Brasileiro adquiriu da Alemanha 400.000 fuzis Mauser modelo 1894. O novo fuzil, semelhante ao G98 alemão, atendeu a algumas necessidades brasileiras, mantendo o calibre já em uso (7,57mm) e dispondo de uma alça de mira mais simples. Nova remessa foi comprada em 1935, permanecendo em serviço até 1964, quando foi substituído pelo fuzil automático Belga.


A sua baioneta tem 17 polegadas e possui uma lâmina de 11¾”, três polegadas a menos que seu modelo europeu, e apresenta numeração de série na guarda.



O ricasso possui a inscrição da fábrica Weyersberg Kirschbaum & Cie Solingen e o punho é feito em madeira nobre com a letra B grega na parte metálica – modelo destinado ao Brasil. A bainha (frog), confeccionada em couro costurado à mão e metal com a inscrição FI (Fábrica de Itajubá), deve ter substituído a original no passar dos anos.



O modelo da foto chegou às minhas mãos como um presente pelo trabalho realizado na 4ª Companhia de Guardas do Batalhão da Guarda Presidencial, em Brasília, Distrito Federal, onde é utilizado pelos Granadeiros em cerimoniais, até os dias de hoje.